Hoje é um dia importantíssimo para o noticiário internacional, por que chegou a hora do adeus. Às 23h00 de Londres (20h00 de Brasília) o Reino Unido vai deixar de fazer parte oficialmente da União Européia.
Um relógio em contagem regressiva projetado na famosa fachada de Downing Street , residência oficial de Boris Johnson , marcará o momento em que a União Europeia (UE) vai perder um membro pela primeira vez na história.
“Isto não é um fim, e sim um começo”, deve afirmar o primeiro-ministro Boris Johnson em uma mensagem à nação durante a noite. Com um Brexit que durante muito tempo pareceu impossível, Johnson consegue uma enorme vitória pessoal.
“A cortina se levanta para um novo ato”, afirmará, de acordo com trechos antecipados do discurso, depois de presidir um conselho especial de ministros, na cidade operária de Sunderland, na região norte da Inglaterra, de maioria pró-Brexit.
Ao fim do dia, as instituições britânicas como o Conselho da UE e o Parlamento Europeu, nas sedes em Bruxelas e em Estrasburgo (França), retiraram as bandeiras britânicas de suas fachadas.
Contudo, esta é uma data sobretudo simbólica, porque, na prática, quase nada mudará até o fim do período de transição em dezembro/2020.
Entre comemorações e lágrimas, defensores do Brexit se reuniram com bandeiras britânicas para uma grande festa diante do Parlamento de Westminster, que durante três anos foi cenário dos intensos debates sobre a questão mais importante e divisiva na história recente do país.
Na Irlanda do Norte , onde teme-se que o Brexit desestabilize uma paz dificilmente alcançada após três décadas de um confronto violento, os pró-europeus ergueram em Belfast um cartaz que dizia “Esta ilha rejeita o Brexit”.
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“- 47 anos de relação complicada – O Reino Unido entrou na Comunidade Econômica Europeia – antecessora da UE – em 1973, depois de sofrer dois vetos da França, em 1963 e 1967, preocupada com a possibilidade de o país ser um “Cavalo de Troia” dos Estados Unidos.”
A relação entre Londres e Bruxelas sempre foi complicada . Os britânicos não adotaram a moeda única, nem a livre-circulação de pessoas, pediram uma importante redução de sua participação no orçamento europeu e sempre foram contrários a uma integração política maior.
Apesar das dificuldades de relacionamento, o resultado do referendo surpreendeu muitos analistas. Alguns o explicaram como uma reação desesperada dos esquecidos pela globalização, que desta maneira desejavam ser ouvidos.
A partir de sábado (01/02/2020 ), embora pouco mude na realidade no período de transição previsto até dezembro, o Reino Unido cavalgará de modo solitário.
Johnson terá pela frente a difícil missão de negociar acordos comerciais com a UE, mas também com os Estados Unidos, sua grande aposta para substituir seu principal sócio nesta área.
“Agora, poderão fazer as coisas de forma diferente” , afirmou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo , na quinta-feira em Londres, antes de apontar os “enormes benefícios” desta liberdade.
Mas as negociações não serão fáceis: Washington pressionará por mais flexibilidade de Londres nas áreas de saúde e meio ambiente, enquanto Bruxelas – que teme uma concorrência desleal – pedirá respeito aos padrões trabalhistas e ecológicos.
O Brexit é “um sinal de alerta histórico, que deve ressoar em cada um de nossos países”, considerou o presidente francês, Emmanuel Macron, enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que a data representa uma verdadeira “ruptura” para a Europa.
Agora é esperarmos pelos próximos capítulos e torcermos que esta mudança não afete o povo brasileiro!
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Abraço,
Equipe Mauer