Aumento de roubo de motos aventureiras, como as da linha GS da BMW, praticamente dobraram entre janeiro e julho deste ano!
O roubo de motocicletas disparou em São Paulo nos sete primeiros meses de 2022. Entre janeiro e julho deste ano, foram roubadas 7662 motos em todo o Estado, um crescimento de 49% se comparado ao mesmo período de 2021, quando 5120 motos foram alvo de roubo, ou seja, foram subtraídas por meio de violência ou grave ameaça.
Quando consideramos apenas as motos bigtrail, também chamadas de aventureiras, os roubos mais que dobraram no mesmo período. Nos primeiros sete meses deste ano, foram roubadas 553 bigtrail, contra 262 no mesmo período de 2021 – um crescimento de 111%.
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Os dados detalhados foram levantados por um grupo de motociclistas da sociedade civil. Eles se basearam nos boletins de ocorrência e nos números disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP).
Alarmados com o aumento desse tipo de crime, alguns proprietários de motocicletas de alta cilindrada criaram o grupo em 2020. “Começou como um grupo no WhatsApp, de clientes BMW preocupados com o aumento de roubos de motos”, revela um dos fundadores que prefere não se identificar, por questões de segurança.
“Criamos um formulário para que as pessoas contassem suas experiências e temores sobre o problema. Tivemos uma adesão muito grande e todo mundo estava com medo de sair de moto”, revela o motociclista.
Foi então que decidiram criar o grupo formalmente, com o objetivo de chamar a atenção das autoridades competentes para o problema. Fizeram reuniões com fabricantes e seguradoras para tratar do assunto.
“Queríamos envolver todos os stakeholders, para encontrar uma forma de entender o que poderia ser feito para reduzir o roubo de motos”, relembra o fundador do grupo de motociclistas.
“Entretanto, sentimos a necessidade de embasar com dados o problema que todos sentiam na pele. Nos reunimos com a SSP-SP e solicitamos os dados. Desde 2020, fazemos um levantamento mensal com base nos boletins de ocorrência, o que demanda dedicação e trabalho manual para inserir os dados”, explica um dos fundadores que conversou com a coluna Infomoto.
Com esses dados em mãos, o grupo já se reuniu com fabricantes, policiais militares e policiais rodoviários federais cobrando atitudes para diminuir esse tipo de ocorrência. A iniciativa, segundo eles, tem dado resultado. “Com os números, as autoridades policiais já conseguiram reduzir os roubos em alguns locais, como a Rodovia Fernão Dias”, dizem os integrantes do grupo.
“Também notamos que os roubos de motos de alta cilindrada e bigtrails aconteciam, em sua maioria, nas marginais e nos acessos às rodovias aos finais de semana”, revela. Com essas informações, procuraram a Secretaria de Trânsito e Mobilidade da capital paulista, em busca de soluções.
“Conseguimos a liberação de motos acima de 500 cc nas vias expressas das marginais aos finais de semana, para evitar os roubos”, conta o líder do grupo de motociclistas. Antes da liberação, as motos eram proibidas de circular nas expressas, sendo obrigadas a rodar nas vias locais, onde a velocidade é menor. “Também existem mais saídas para a fuga dos criminosos”, explica.
Furtos também cresceram
Apesar de não ser oficial, os dados de roubos, tabulados pelo grupo, reproduzem o aumento detectado em outros estudos. De acordo com um levantamento, também com base em dados divulgados no site da Secretaria da Segurança Pública do governo paulista, o roubo e furto de motos, de fato, disparou no Estado.
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Segundo o estudo, no primeiro semestre deste ano, foram registrados 17.316 roubos e furtos de motos em São Paulo, alta de 37% em comparação com o mesmo período de 2021. A diferença para o levantamento do grupo de motociclistas é que a pesquisa inclui também os furtos.
“Também encontramos alguns problemas, como boletins mal preenchidos, com os modelos parcialmente identificados, além de divergências entre a hora e o local da ocorrência”, explica o representante do grupo de motociclistas.
Em geral, as motos de baixa cilindrada são os principais alvos de furtos, pois não contam com sistemas eletrônicos como decodificador na chave, o que inibe esse tipo de crime.
No caso das motos de alta cilindrada, como as bigtrail, todas têm tecnologias, como chave com chip, entre outras, que dificultam o furto. Dessa forma, os criminosos recorrem aos roubos para levar esse tipo de moto.
As 10 motos bigtrails mais roubadas em SP
A maioria dos integrantes possui de motos de alta cilindrada, principalmente de bigtrails da linha BMW GS. O grupo, inclusive, já se reuniu com executivos da marca com o objetivo de sensibilizá-los para o problema. “Mas ficamos decepcionados com a receptividade da BMW”, afirmam.
A insatisfação dos donos de BMW é compreensível. Das 10 bigtrail mais roubadas entre janeiro e julho deste ano, no Estado de São Paulo, as quatro primeiras são modelos da marca alemã.
Confira o ranking das 10 motos bigtrail mais roubadas nos primeiros sete meses de 2022:
Posição – Modelo – Ocorrências
1 BMW G 650GS – 50
2 BMW F 800 GS – 49
3 BMW R 1200 GS – 47
4 BMW R 1250 GS – 40
5 Honda NC 750X – 37
6 Triumph Tiger 800 – 37
7 Suzuki V-Strom 650 – 32
8 Triumph Tiger 1200 – 30
9 Triumph Tiger 900 – 29
10 Yamaha XT 660R – 28.